No dia 16 de março, quando é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, o FSC Brasil aproveita para reafirmar a importante contribuição do manejo florestal responsável na regulação do clima. Junto com os oceanos, as florestas são os principais ecossistemas que o planeta usa para remover o dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa. Isso significa que manter as florestas saudáveis garante a nossa sobrevivência na Terra.

Vale sempre repetir que quase um terço de todo o CO2 liberado de combustíveis fósseis são absorvidos pelas florestas todos os anos. Conservar sumidouros de carbono, portanto, interrompendo a degradação de sistemas naturais e promovendo suas restaurações, é essencial diante da emergência mundial de frear o aquecimento global. Nesse sentido, a certificação FSC e seus rigorosos padrões desempenham um papel relevante na manutenção da cobertura vegetal. E uma cooperativa de pequenos produtores de açaí no Amapá pode ilustrar muito bem isso.

No arquipélago do Bailique e região do Beira Amazonas, a Amazonbai obteve, no final de 2017, a certificação FSC para manejo florestal, tornando-se o primeiro – e ainda único - açaizal certificado do mundo. Cerca de três anos depois, eles receberam o procedimento de serviços ecossistêmicos para manutenção dos estoques de carbono e, agora em março, por causa disso, conquistaram dois patrocínios internacionais que totalizaram R$ 23 mil reais e serão destinados a apoiar o manejo florestal em uma área de 8.4 hectares de florestas certificadas.

Quando o FSC criou o procedimento especial de Serviços Ecossistêmicos, seu objetivo era fornecer aos proprietários de florestas certificadas, fossem eles pequenos produtores e comunidades ou grandes empresas, ferramentas para medir, verificar e comunicar seus impactos positivos no armazenamento de carbono, na proteção à biodiversidade, na conservação dos recursos hídricos e do solo e nos serviços recreacionais e, com isso, ter mais a acesso a investimentos e subsídios, aumentando a viabilidade financeira das suas operações.

De 2018 para cá, 43 organizações em todo o mundo receberam a certificação de serviços ecossistêmicos. E, apesar da pandemia, 34 delas foram entre os anos 2020 e 2021. Aqui no Brasil, temos a Amazonbai, com o procedimentos para carbono e biodiversidade, a Mil Madeiras, no Amazonas, obteve a verificação para água e carbono, a Veracel, para biodiversidade, e a Klabin, para biodiversidade, carbono e água.

Demonstrar o valor dos ecossistemas florestais e os efeitos das ações humanas nos ambientes nativos é imprescindível para o clima e para a sustentabilidade. “Principalmente hoje, no momento em que estamos vivendo, é preciso entender a correlação entre as nossas atividades e os bens e serviços da natureza”, explica Daniela Vilela, diretora executiva do FSC Brasil. “Qualquer coisa que aconteça com a floresta afeta todas as relações que existem com ela, sua cultura, a renda que chega à comunidade, a liderança, o contexto de governança”, completa Daniela. “A floresta é muito mais do que os recursos dentro dela”, afirma.