Os Serviços Ecossistêmicos são uma série de benefícios que a natureza nos oferece e, entre eles, está a biodiversidade, que é, basicamente, o capital natural. Nesse sentido, sabendo que o Brasil tem quase 60% do seu território coberto por florestas, é fácil perceber o quão rico nós somos em espécies de plantas, animais e microrganismos. Felizmente, a cada dia que passa, tomamos mais consciência dessa riqueza e do enorme papel dela para o desenvolvimento sustentável do país, principalmente num ambiente de crises globais das mais diversas naturezas.
O manejo florestal responsável assegura a conservação da biodiversidade, e da água, do solo, da manutenção dos estoques de carbono, para todos nós. Aqui no Brasil, desde que foram lançados, em 2018, os procedimentos de serviços ecossistêmicos FSC seguem crescendo. Além da Amazonbai - Cooperativa de Produtores Agroextrativistas do Bailique e do Beira Amazonas, no Amapá, e da Veracel, produtora de celulose, a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do país, também reforça o time brasileiro de organizações certificadas com declarações de serviços ecossistêmicos.
Todas demostraram – e agora comunicam mais facilmente – os impactos positivos que suas operações têm na proteção de centenas de espécies animais e vegetais em suas áreas produtivas. No Bailique e no Beira Amazonas, por exemplo, o manejo dos açaizais assegura a manutenção da cobertura florestal e preservação a diversidade de espécies da região, como peixes e abelhas. No caso da Veracel, foram consideradas 25 espécies de mamíferos de médio e grande porte, 229 espécies de aves e 242 espécies de flora. Na Fazenda das Nascentes, da Klabin, identificaram mais de 570 espécies de flora e 357 espécies da fauna, entre elas, muitas classificadas como endêmicas e raras.
“Cada vez mais, os critérios ESG têm guiado investimentos com foco em sustentabilidade, ou seja, consultores financeiros, bancos e fundos de investimento avaliam empresas de acordo com seu desempenho nas áreas ambientais, sociais e de governança”, explica Daniela Vilela, diretora executiva do FSC Brasil. “Por isso, medir, comprovar e comunicar esses impactos torna-se cada vez mais importante”, completa. Aqui no Brasil, inclusive, essa tendência já pode ser percebida, com o aumento não apenas das certificações para serviços ecossistêmicos, mas também de produtos não madeireiros, o que fortalece a chamada bioeconomia.
Datas como o Dia da Biodiversidade ajudam a refletir mas, mais do que isso, abrem espaço para mostrar que já existem caminhos viáveis para seguir. Hoje está claro que o meio ambiente não é entrave para o desenvolvimento econômico. Muito pelo contrário, ele deve ser o grande motor, o catalisador dessa evolução. Neste exato momento, por exemplo, uma guerra na Europa está abalando a atual matriz energética do mundo. E as baixíssimas temperaturas registradas no Brasil nos últimos dias também deixam um claro aviso de que sem cuidar da natureza, sem valorizar a biodiversidade, não vamos muito mais longe.